sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

PROFILE - DAVI ESCOBAR


Onde você nasceu?
Nasci em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Como e quando você descobriu que queria ser artista?
Desde que me lembro, sempre gostei de desenhar. Aos 16 anos de idade sonhava em ser tatuador, isso estimulou a desenvolver minha técnica de desenho, estudando, pesquisando. Durante a minha adolescência dediquei-me ao desenho para começar a tatuar.
Na época estava amadurecendo o que seria a minha profissão, com a meta de tatuar veio à tona minha vocação e nessa etapa da minha vida me descobri artista e passei a viver da arte.

Você teve uma educação artística formal ou aprendeu na prática?
Aprendi mais na pratica do que formalmente , mas não posso deixar de comentar um curso que fiz na minha cidade, na Escola Nacional de Desenho-(END) , também fiz algumas oficinas e alguns cursos de desenho e gravura no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre., mas a prática foi a minha grande escola.

Conte um pouco da sua trajetória.
Com três anos já rabiscava desenhos bem legais, tenho o desenho de um rosto feito ao três anos guardado por minha mãe, que teve a sensibilidade de perceber minha habilidade para o desenho, sempre me incentivou quando criança e adolescente me presenteando com materiais para desenho e cursos.
Com 16 anos, comecei a desenhar com um foco em especial, que era me tornar um tatuador, (minha mãe e o resto da família nem imaginavam....) fiquei alguns meses desenhando sem parar até me sentir apto a fazer a primeira tatuagem em um ser vivo!!(a cobaia fui eu)
.Minha trajetória artística começou a tomar forma em 1997, quando na praia de Torres no RS, fiz as minhas primeiras tatuagens. Depois de aproximadamente seis anos morando no litoral (entre Torres e Guarda do Embaú em Santa Catarina), voltei para Porto Alegre. Nesse período, comecei a fazer trabalhos de pinturas em tela, aerografia e air brush, pintava pranchas, banners para as bandas da cidade, pintava fachadas para lojas e também fui garçom nas horas vagas!!!rs...
Conheci alguns personagens da cena do graffite (Trampo RS, Orati Ch.), me rendi aos encantos do spray e na mesma época comecei a trabalhar como designer gráfico para algumas lojas e marcas locais e nacionais, (Vibe , Red Nose, Reef).
Trabalhei para a “MCD”, tatuando em work shops, vitrines, cenografia e decoração.
Felizmente agora moro em Floripa, no Rio Tavares , onde atendo meus clientes e amigos, continuo pintando telas, shapes e pranchas entre uma tatuagem e outra,
Voltei também a graffitar e ainda não sai pintando na rua , como costumava fazer no sul, mas pretendo desenhar aos poucos o meu espaço nessa ilha maravilhosa e no mundo...

Quais são as suas referências?
Dali, Gyguer, Patryck, woldrolf, Filipleu, Mauricio Teodoro, Buda , Jesus, Crishna ,Arte Oriental, Horioshy, rock and roll, surf, skate, daim, gêmeos, Mucha, Don Ed Hardy, Glauco Tattoo, FranckTattoo, Jun Matsui, Che Guevara, Michelangelo, Leonardo da Vinci, San Flores entre outros não lembrados...

Tente explicar o seu trabalho em palavras. Em que consiste a sua arte?
Ainda procuro um caminho, agora nesta faze sou uma esponja, absorvo tudo, dando muito valor as coisas clássicas, tanto na tatuagem como na arte!!!
Meu trabalho se manifesta de varias formas, através das tatuagens, que andam por baixo dos ternos e dos vestidos, pelas ondas, nas areias, nas pistas de skate, na pele das mais diferentes personalidades, nos muros, nas telas e nas pranchas.

Que materiais você utiliza no seu trabalho?
Tinta acrílica, sobre qualquer superfície que possibilite isso, grafite, nanquim, pastel seco e oleoso, spray, aquarela, carvão são os materiais que uso com mais freqüência.

Onde você cria?
No meu stúdio, e na minha casa onde prefiro por ser mais tranqüilo.

Explique o “ritual” que você pratica antes de iniciar um trabalho. Como funciona o seu processo criativo?
Eu tenho que estar me sentindo organizado para começar a desenhar ou pintar, já para graffitar pode ser no meio do tumulto sem problemas...
Em que projetos você está trabalhando no momento e o que vêm pela frente?
Estou sempre fazendo os desenhos para meus clientes, no tempo que sobra estou me disciplinando para produzir mais arte e divulgar o meu trabalho.
O projeto mais recente é uma exposição em que vou graffitar e tatuar na pista de skate da Drop Dead, que fica em Curitiba em março.

Você tem algum horário em que prefere trabalhar?
É relativo, às vezes pela manhã cedo, as vezes na madrugada não tenho muita regra para isso.

É possível viver de arte no Brasil?
Olha, acho que intuitivamente um dos motivos que me levou a tatuar foi poder viver de arte em nosso país.
Na verdade não e fácil, mas quando se passa por dificuldades o que compensa é trabalhar na sua vocação.
Eu sou a prova que é possível viver de arte nesse país, fazem 13 anos que me viro nos 30!rs...

O que você acha da cena “underground” brasileira? Você se considera parte dela?

Eu acho legal tudo que é underground, pois quase sempre tem algo de original, algo de imaculado mais próximo da essência, acho que isso é o que fascina.
Eu me identifico muito.

O que você estaria fazendo hoje se não fosse artista?
Viraria hipie...

O que é ser NOMADE para voce?
Nômade me lembra , andarilho, viajante, liberdade, informalidade, acúmulo de experiências, inconstância, são características me vem na cabeça.

2 comentários:

  1. Muitas coisas em comum mesmo... o da esponja foi o que mais me identifiquei! ahahhaha
    Ameiiiiiii teus trabalhos parabéns

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  2. São demais teus desenhos, as cores, a água, tudo tão expressivo e vivo!
    Parabéns e sucesso sempre!...

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