Nascido em Santa Catarina, Brasil, Bailon é um artista contemporâneo que utiliza em sua arte diferentes técnicas como spray, tinta acrílica e à óleo, resultando em trabalhos figurativos dotados de expressão, críticas e que muitas vezes ironizam o cotidiano humano.É formado em design e além de criar sua arte sobre telas, madeira e paredes, este artista também ilustra matérias para revistas, estampas para várias marcas e customiza objetos, como os populares sneakers (tênis).
Bailon já teve seus trabalhos expostos em galerias do Brasil e Estados Unidos.
Em Bailneário Camboriú-SC
Como e quando você descobriu que queria ser artista?
Acho que foi quando me deram uma caneta e um papel pela primeira vez.
Você teve uma educação artística formal ou aprendeu na prática?
Na prática. Fiz faculdade de Design, mas a faculdade me formou designer e não artista. Eu acho que a minha arte, esteticamente falando, é resultado de todos esses anos desenhando e pintando e também do que aprendi trabalhando com ilustração.
Conte um pouco da sua trajetória.
Quando eu estava na escola eu já era aquele moleque que se divertia fazendo caricaturas do pessoal e deixando o caderno mais cheio de desenhos do que de matéria para estudar. Saindo da escola decidi fazer faculdade de Design Industrial, achando que seria interessante pra mim, trabalhar no futuro projetando, desenhando, criando produtos. Mas foi ainda durante a faculdade que comecei a trabalhar formalmente com ilustração em uma grande empresa de moda, criando ilustrações pra estampas. A partir daí foi que eu percebi que poderia viver fazendo o que eu sempre gostei. Depois resolvi sair da empresa em que trabalhava, montei o meu estúdio em casa e desde então divido meu trabalho entre minhas ilustrações comerciais e minha arte autoral. É muito divertido, hoje tenho bons clientes nos meus trabalhos comerciais e já tive meus trabalhos expostos no Brasil e USA. Não vejo a hora de saber o que mais vem pela frente (risos).
Quais são as suas referências?
Tudo que eu vivo, vejo, sinto e gosto influencia a minha arte. Arte urbana, cultura pop, esse sistema monstro em que as pessoas estão presas... Tudo isso afeta o meu trabalho. Falando em outros artistas que servem como referência e inspiração pra mim, a lista é grande: Klimt, Egon Schiele, Picasso, Basquiat, Andy Warhol, Doze Green, Dave Kinsey, David Choe, Herakut, Jeff Soto, Camille Rose Garcia, Shawn Barber, Ron English, Shepard Fairey, Blu, Os Gêmeos, Bruno 9li, Titi Freak, Stephan Doitschinoff, os outros NOMADES e muitos outros grandes artistas.
Tente explicar o seu trabalho em palavras. Em que consiste a sua arte?
Essa pergunta é complicada. Eu acho importante meu trabalho “conte” em que consiste a minha arte para quem vê, mesmo que conte algo diferente pra cada pessoa. O que eu quero dizer é que eu acho muito interessante quando uma pessoa olha para um quadro que eu pintei e diz algo sobre ele que eu nunca tinha imaginado. Mas eu posso dizer que minha arte acaba sendo uma ferramenta pra colocar pra fora coisas que eu sinto e muitas vezes eu só percebo o que eu estava sentindo depois de ver o trabalho pronto. É uma maneira muito louca de aprender sobre mim mesmo.
Que materiais você utiliza no seu trabalho?
Tinta acrílica, óleo, spray, marcadores, etc. Gosto de andar por diferentes técnicas e muitas vezes misturá-las também. A mistura de técnicas muitas vezes me surpreende pela riqueza que dá ao trabalho.
Onde você cria?
Em qualquer lugar. Costumo andar com um sketchbook na mão pra não deixar escapar nenhuma idéia que possa surgir... Mas o trabalho final, seja pintura ou ilustração, eu crio no meu “quarto/studio”, na minha casa em Itajaí-SC.
Explique o “ritual” que você pratica antes de iniciar um trabalho. Como funciona o seu processo criativo?
É meio desordenado, instintivo. Mesmo quando eu faço um sketch o resultado final ainda é uma surpresa, porque eu acabo criando novos detalhes e elementos durante o processo. Geralmente o processo envolve uma idéia dentro de um tema com o qual eu quero trabalhar, uns sketches e música durante a criação. Estou começando a criar em séries de um tempo pra cá. Penso em um tema pra abordar na série, faço os sketches e crio pinturas e ilustrações baseado nisso.
Em que projetos você está trabalhando no momento e o que vêm pela frente?
No momento estou criando estampas para algumas marcas, criando uma linha de “produtos ilustrados” para uma empresa e trabalhando numa nova série chamada “Vida, Natureza e Paixão”. Pela frente vem uma exposição coletiva com o pessoal do Coletivo NOMADE, um projeto de Live Painting, uma série de camisetas e muito provavelmente coisas que eu nem imagino ainda que estejam por vir.
Você tem algum horário em que prefere trabalhar?
Em qualquer horário em que eu esteja me sentindo bem, inspirado, confiante... Mas durante a noite é mais tranqüilo, não tem tantas distrações como telefone, gente falando na volta, e-mails, etc.
É possível viver de arte no Brasil?
Eu ainda acredito que sim, senão não estaria dando murro em ponta de faca (risos). Mas acho que não dá pra depender só daqui. Pode viver e trabalhar no Brasil, mas tem que fazer a sua arte ultrapassar as fronteiras, ganhar admiradores lá fora também.
O que você acha da cena “underground” brasileira? Você se considera parte dela?
A cena underground brasileira é muito rica, muito mesmo. A gente tem muitos artistas talentosos vindo do graffiti, da tattoo, da ilustração e por aí vai. Tudo que é novo e interessante nasce no underground. O underground alimenta o mainstream e isso não é de hoje. Me considero parte e acho importante pra quem mais está envolvido na cena se preocupar mais em continuar no caminho certo, em manter o foco e não esbarrar nas pequenas besteiras, discussões e problemas que rolam no meio artístico aqui no Brasil.
O que você estaria fazendo hoje se não fosse artista?
O que eu estaria fazendo eu não sei, mas com certeza não seria tão feliz como sou hoje.
O que é ser NOMADE para você?
É simplesmente não ficar parado. Não ficar imóvel diante do que acontece a sua volta e sim continuar andando, crescendo tanto como artista, como ser humano.

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está aqui – entrando ainda, concordo – mas acima de tudo, de uma geração que quer mostras a todos, os seus produtos, fruto de tudo o que aprendeu com o mundo das outras gerações. E se entrar no circuito é mostrar a ele que temos uma relação intrinceca com a história da arte e uma obrigação para com ela, vamos mostrar que somos holísticos e que a arte é só a ponta do Iceberg e por baixo, existe muito mais doque só ela.